quarta-feira, 8 de outubro de 2008

to paralisada
não as mãos
mas alguma coisa aqui dentro

não sei

isso cai bem nesse contexto
não saberemos nunca
talvez

quando ouço os olhos da manhã
me pergunto o quanto você sabia daquela letra
ou o quanto aquela letra sabe de nós

quando penso que o tempo tem uma estranha maneira de existir
dilatando-se ou encurtando-se como lhe convém
fico assustada
e imagino o que tem nessa caixinha de surpresas
talvez nada
talvez muito
uma vida
ou instantes


o tempo só existe quando tentamos medí-lo
li isso hoje
e medindo assim pode parecer pouco
o que se foi
e o que virá

to confusa
hoje seria um dia pra entrar no guarda-roupa e ficar lá quietinha
até que alguém me diga
até que eu saiba
que está tudo bem

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