domingo, 19 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Efeito sanfona interno:
Super-poderosa
Péssima
Super-poderosa
Péssima
::Será que meu eu vai ter estrias::
?
Péssima
Super-poderosa
Péssima
::Será que meu eu vai ter estrias::
?
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
Quando ele a pegou pelo pescoço, percebeu que era irreversível, com a percepção meio alterada, percebeu que só restava continuar. Ele pensou que ela não iria perdoar o que ele tinha começado a fazer. Rapidamente pensou que de uma maneira ou de outra, ficaria sem ela, mas o pior de tudo era ser ignorado ou rejeitado por ela. Foi aí que ele apertou seu pescoço até o fim.
Ela ficou ali com uma aparência tão frágil e imóvel, nem parecia mais aquela mulher insuportável que lhe dizia coisas duras e más. Quando ele soltou seu pescoço, ficou pesadamente distante aquela discussão, a voz que não parava de reclamar, os olhos irritados e loucos que ela tinha quando falava daquele jeito. Ele a virou de lado e a abraçou, da maneira que gostavam de deitar quando sentiam muito carinho um pelo outro. Ele colocou as pernas dela entre as dele e depois adormeceu. Sem saber, nesse cochilo ele teve o ultimo dos seus sonhos bons. Na verdade, ele sonhou com um piquenique que eles fizeram há muito tempo atrás. Ali eles se divertiam brincando de estátua até que, sentindo frio, ele buscou algo para se cobrirem, quando se deu conta de que o frio vinha do corpo morto dela.
Ele conhecia técnicas de empalhar animais e, pensando nas conseqüências de carregar um corpo até um lugar onde pudesse joga-lo ou ainda nas conseqüências de deixar que o corpo perecesse em casa, e que todos os vizinhos iriam sentir o mau cheiro e iriam chamar a policia, resolveu empalha-la.
Aos vizinhos que o viam nas raras vezes em que saia de casa, ele dizia que ela tinha viajado. Sua preocupação só começou quando a mãe dela ligou, dizendo que passaria uns dias com eles. Ele sabia que seria mais complicado dizer que ela tinha viajado, mas mesmo assim, arriscou. Pra onde? Bom, é que – ele pensou que não seria bom dizer que ela saiu sem dizer pra onde ia, depois de uma discussão – ela foi visitar uns amigos no Chile. Chile? É. Mas eu achei que ela estivesse sem grana, além do mais eu nem sabia que ela tem amigos no Chile. É. E como ela foi? Bom, ela foi, agora eu tenho que ir porque tem alguém batendo na porta.
Droga, Chile. Nem ele sabia que ela tinha amigos no Chile. Se fosse Argentina, pelo menos, tinha aquela ex-namorada. Faria mais sentido, poderiam pensar que ela foi para lá para ficar com ela, e que não contou nada à mãe para não aborrece-la novamente com essa história. Mas agora já era, ele não poderia mudar a história, senão seria suspeito.
Uma coisa tem que ser esclarecida. Ele nunca foi um assassino. Ele nunca matou sapos, nunca matou pássaros, nem ao menos formigas. Ela mesma se tivesse oportunidade, talvez o defendesse. Foi legitima defesa. Quando o amor começou a virar rancor, os dois tentaram se defender, mas a cada tentativa, o quadro se agravava. Doía tanto nela as coisas que ele fazia que ela o agredia, como um animal ameaçado. Doía tanto nele as coisas que ela dizia, que ele atacava. Foram pedaços de pau, pedras, facadas e tiros. Todos disfarçados de palavra. Quando ele segurou o pescoço dela, era o rancor que estava ali, não ela. Como num exorcismo, ele tentou livrar o corpo dela daquilo que a possuía, mas aquilo era forte demais, já havia se enraizado por todo seu pequeno ser.
Ela ficou ali com uma aparência tão frágil e imóvel, nem parecia mais aquela mulher insuportável que lhe dizia coisas duras e más. Quando ele soltou seu pescoço, ficou pesadamente distante aquela discussão, a voz que não parava de reclamar, os olhos irritados e loucos que ela tinha quando falava daquele jeito. Ele a virou de lado e a abraçou, da maneira que gostavam de deitar quando sentiam muito carinho um pelo outro. Ele colocou as pernas dela entre as dele e depois adormeceu. Sem saber, nesse cochilo ele teve o ultimo dos seus sonhos bons. Na verdade, ele sonhou com um piquenique que eles fizeram há muito tempo atrás. Ali eles se divertiam brincando de estátua até que, sentindo frio, ele buscou algo para se cobrirem, quando se deu conta de que o frio vinha do corpo morto dela.
Ele conhecia técnicas de empalhar animais e, pensando nas conseqüências de carregar um corpo até um lugar onde pudesse joga-lo ou ainda nas conseqüências de deixar que o corpo perecesse em casa, e que todos os vizinhos iriam sentir o mau cheiro e iriam chamar a policia, resolveu empalha-la.
Aos vizinhos que o viam nas raras vezes em que saia de casa, ele dizia que ela tinha viajado. Sua preocupação só começou quando a mãe dela ligou, dizendo que passaria uns dias com eles. Ele sabia que seria mais complicado dizer que ela tinha viajado, mas mesmo assim, arriscou. Pra onde? Bom, é que – ele pensou que não seria bom dizer que ela saiu sem dizer pra onde ia, depois de uma discussão – ela foi visitar uns amigos no Chile. Chile? É. Mas eu achei que ela estivesse sem grana, além do mais eu nem sabia que ela tem amigos no Chile. É. E como ela foi? Bom, ela foi, agora eu tenho que ir porque tem alguém batendo na porta.
Droga, Chile. Nem ele sabia que ela tinha amigos no Chile. Se fosse Argentina, pelo menos, tinha aquela ex-namorada. Faria mais sentido, poderiam pensar que ela foi para lá para ficar com ela, e que não contou nada à mãe para não aborrece-la novamente com essa história. Mas agora já era, ele não poderia mudar a história, senão seria suspeito.
Uma coisa tem que ser esclarecida. Ele nunca foi um assassino. Ele nunca matou sapos, nunca matou pássaros, nem ao menos formigas. Ela mesma se tivesse oportunidade, talvez o defendesse. Foi legitima defesa. Quando o amor começou a virar rancor, os dois tentaram se defender, mas a cada tentativa, o quadro se agravava. Doía tanto nela as coisas que ele fazia que ela o agredia, como um animal ameaçado. Doía tanto nele as coisas que ela dizia, que ele atacava. Foram pedaços de pau, pedras, facadas e tiros. Todos disfarçados de palavra. Quando ele segurou o pescoço dela, era o rancor que estava ali, não ela. Como num exorcismo, ele tentou livrar o corpo dela daquilo que a possuía, mas aquilo era forte demais, já havia se enraizado por todo seu pequeno ser.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
segunda circular cotidiana
sei que um dia vou me sentir cretina
mas minha consciência ecológica acaba quando começa o banho
vai literalmente pelo ralo acompanhando a água quentinha
aí torço para que o buraco de ozônio seja uma alucinação coletiva
para que a fumaça de tantos carros não seja tão nociva assim
desligo o chuveiro e a realidade volta mais depressa do que eu poderia imaginar
já me sinto um pouco cretina
mas minha consciência ecológica acaba quando começa o banho
vai literalmente pelo ralo acompanhando a água quentinha
aí torço para que o buraco de ozônio seja uma alucinação coletiva
para que a fumaça de tantos carros não seja tão nociva assim
desligo o chuveiro e a realidade volta mais depressa do que eu poderia imaginar
já me sinto um pouco cretina
terça-feira, 13 de abril de 2010
preciso de um resto de maquiagem nos olhos
palavras tristes na literatura
filmes pesados
preciso caminhar sentindo o vento frio no rosto
preciso do outono
um pouco de aspereza e melancolia
não reclamo da felicidade que me foi dada
mas não existe fórmula
.
.
necessito do contra ponto e pronto
já posso me alegrar de novo
palavras tristes na literatura
filmes pesados
preciso caminhar sentindo o vento frio no rosto
preciso do outono
um pouco de aspereza e melancolia
não reclamo da felicidade que me foi dada
mas não existe fórmula
.
.
necessito do contra ponto e pronto
já posso me alegrar de novo
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
evitável circular cotidiana
hoje sonho com uma terra sem buzinas
e torço profundamente para que as mesmas pessoas que colam seus dedos mal-educadamente nas suas sejam aquelas que chegam em casa já com protetores auriculares porque não dão conta dos ruídos
.
.
os baixos
os altos
o vizinho baterista
o caos de gente mal educada
e torço profundamente para que as mesmas pessoas que colam seus dedos mal-educadamente nas suas sejam aquelas que chegam em casa já com protetores auriculares porque não dão conta dos ruídos
.
.
os baixos
os altos
o vizinho baterista
o caos de gente mal educada
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
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